(Português do Brasil) METAIS CRÍTICOS
Metais (ou materiais) críticos são definidos como aqueles com risco de interrupção no fornecimento a curto prazo com alto impacto para a economia global (Figura 1 destacado em vermelho). Estes materiais são considerados vitais para o desenvolvimento econômico, transição energética e para melhoraria a qualidade de vida 1. Dentre eles estão os metais cobalto, gálio, germânio, háfnio, índio, magnésio, silício, tântalo, tungstênio, vanádio, metais do grupo da platina, elementos terras raras, ítrio e escândio 3.
Tanto para os materiais críticos como para os metais críticos, há um domínio de poucos países (de um a até três, Tabela 1) na produção e exportação global 4–6, o que leva a busca por novas tecnologias para a obtanção destes metais a partir de diversas fontes, tais como minérios de baixos teores, resíduos de processamento mineral e reciclagem.
No caso da reciclagem (Tabela 2), dos 15 metais ou grupos de metais críticos, cobalto, gálio, índio, escândio e silício não são explorados. Os principais usos destes matais são na transição energética, como nas baterias de veículos elétricos (cobalto), geração de energia, tanto solar quanto eólica (terras raras, silício, índio e gálio) e iluminação (escândio e germânio). Verifica-se, assim, a importância destes metais no âmbito da produção de energias renováveis.
Para a transição de veículos a combustão por veículos híbridos, por exemplo, seriam necessários 40 vezes a atual produção global de cobalto. Todavia, não há minérios de cobalto no mundo. A produção ocorre principalmente a partir de minérios de cobre, níquel e metais do grupo da platina, no qual o cobalto está associado 9,10. Esta dependencia de produção de outros metais também é observada em metais como gálio, zirconio, elementos terras raras e háfnio (Figura 2)
Tabela 1: Metais críticos, os principais países exportadores e reciclagem no fim de vida útil entre os anos 2010-2014 11
Metais críticos | Principais exportadores | Reciclagem no fim de vida útil | Tecnologias associadas |
Cobalto | República Democrática do Congo (64%), China (5%) e Canadá (5%) | 0% | Veículos, combustíveis fósseis |
Gálio | China (85%), Alemanha (7%) e Cazaquistão (5%) | 0% | Iluminação, painéis solares |
Germânio | China (67%), Finlândia (11%), Canadá (9%), EUA (9%) | 2% | Iluminação |
Háfnio | França (43%), EUA (41%) Ucrânia (8%), Rússia (8%) | 1% | Nuclear |
Índio | China (57%), Coréia do Sul (15%), Japão (10%) | 0% | Painéis solares, iluminação, nuclear |
Magnésio | China (87%), EUA (5%) | 9% | Ligas leves, insumos siderúrgicos |
Escândio | China (66%), Rússia (26%), Ucrânia (7%) | 0% | Ligas Al-Sc para aplicações aeroespaciais, tubos de feixes de elétrons e iluminação 12 13 |
Silício | China (61%), Brasil (9%), Noruega (7%), EUA(6%) França (5%) | 0% | Painéis solares, eletrônicos |
Tântalo | Ruanda (31%), República Democrática do Congo (19%), Brasil (14%) | 1% | Geotérmico, combustíveis fósseis |
Tungstênio | China (84%), Rússia (4%) | 42% | Aeroespacial, ferramentas de usinagem |
Vanádio | China (53%), África do Sul (25%), Rússia (20%) | 44% | Captura de carbono e armazenamento |
Metais do grupo da platina | África do Sul (83%) – irídio, platina, ródio, rutênioRússia (46%) – paládio | 14% | Células de combustível |
Elementos terras raras pesados | China (95%) | 8% | Veículos, iluminação, energia eólica |
Elementos terras raras leves | China (95%) | 3% | Veículos, imãs |