Extração e recuperação dos íons no efluente da eletrodeposição de latão isenta de cianeto
Nos últimos anos, pesquisadores têm desenvolvido novos processos industriais a fim de torná-los menos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. A indústria de eletrodeposição de latão (cobre e zinco), em geral, utiliza o cianeto como agente complexante em seus processos, apesar deste composto ser tóxico. Portanto, agentes complexantes alternativos ao cianeto têm sido testados, como o EDTA, sorbitol e glicerol. Dentre eles, o EDTA se destaca por já ser utilizado em diversas aplicações industriais. Apesar dos autores terem observado que o EDTA é capaz de gerar depósitos de latão uniformes e com brilho, o tratamento do efluente gerado ainda não foi estudado.
Tradicionalmente, os efluentes da indústria de eletrodeposição são tratados por precipitação química. Entretanto, este método requer a adição de produtos químicos e gera uma lama que é disposta em aterros de resíduos. Portanto, é necessário avaliar formas alternativas para tratar o efluente deste processo. Dentre as possíveis alternativas, o uso da eletrodiálise tem se mostrado promissor, já que este sistema permite a extração e a recuperação dos íons no banho eletrolítico. Para garantir a eficiência da eletrodiálise, é importante avaliar as propriedades de transporte dos íons que atravessam as membranas, a fim de reduzir a resistência elétrica e, consequentemente, o gasto energético. Portanto, o estudo tem como objetivo tratar, por eletrodiálise, o efluente gerado na eletrodeposição de latão isenta de cianeto, utilizando o EDTA como agente complexante. A eletrodiálise tem sido testada sob duas densidades de corrente elétrica: uma inferior e outra superior à densidade de corrente-limite do sistema da membrana.
Em adição, a técnica de cronopotenciometria é utilizada para avaliar as propriedades de transporte dos complexos de cobre-EDTA e zinco EDTA que passam pelas membranas durante a eletrodiálise. Nesta etapa do estudo, avalia-se a influência da proporção dos metais de cobre/zinco, do pH da solução e da concentração de EDTA nas propriedades de transporte da membrana, como densidade de corrente-limite, resistência elétrica e a energia gasta para o sistema alterar os mecanismos de transporte iônico. Após a extração dos íons por eletrodiálise, avalia-se também a sua recuperação no banho de eletrodeposição. Portanto, estudos de eletrodeposição e de voltametria cíclica são realizados utilizando o banho eletrolítico com os íons recuperados, a fim de verificar a qualidade dos depósitos de latão.